segunda-feira, 30 de maio de 2016

Ahh o quanto....Amo você.

O dia amanheceu chuvoso. 
A natureza chora. 
Chora também meu coração. 
A saudade 
que sua ausência me trás,
Aperta-me o peito.
Sufoca em mim a voz
Que teima em querer
Gritar alto e para todos,
o quanto amo você.
Mas o grito fica retido
No vazio da solidão 
Em que me encontro.
Resta-me apenas o consolo 
De poder molhar meu rosto
Nas águas da chuva
E misturar minhas lágrimas
Às lágrimas da natureza
Deixando-as, juntas, caírem 
Fertilizando o solo que nos sustenta.




Amor Proibido...

É tão difícil amar alguém que, está proibido prá  gente...

É difícil ter de lidar com a falta de alguém que
a gente sabe que num lugar bem perto,
ao mesmo tempo, tao longe.

É difícil não poder ser dona de si mesma
e fazer o que se tem vontade e necessidade,
É difícil não ter nem a chance de poder dividir com alguém
que a gente ama, mesmo que só por telefone,
o que se está se sentindo num dia tão especial...

É difícil não poder, no momento que se quer,
dizer pessoalmente a alguém que a gente ama, por exemplo,
um Feliz Natal Meu Amor, ou um Feliz Aniversário,
ou uma Feliz Páscoa, ou um Parabéns...
enfim, não poder comemorar as datas e os momentos que
mais nos tocam e que mais nos fazem desejar estar com
a pessoa que realmente amamos...

É difícil sufocar isso tudo dentro da gente e ter de disfarçar
e fazer de conta que está tudo bem, tudo certo...
É muito difícil não poder ser a gente mesma
e viver com toda a intensidade o amor...
É difícil demais viver um amor,por alguém  proibido...









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É DURO TER CORAÇÃO MOLE

Por favor
não me aperte tanto assim
tenha cuidado, pega leve
olha onde pisa
isso é meu coração
meu ganha-pão
instrumento de trabalho,
meio de vida, profissão
meu arroz com feijão
meu passaporte
para qualquer parte
para qualquer arte
não machuque esse meu coração
preciso dele
para me levar a Marte
sem sair do chão
não me aperte
não machuque
tome cuidado
eu vivo disso
poesia, sonhos
e outras canções
sem emoção
morro de fome
sinto muito
mas não há nada
que eu possa fazer
sem coração

Alice Ruiz






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PARÓDIA

Se eu fora uma onda serena do mar; 

Se eu fora uma rosa de prado relvoso, 
Quisera essa coma, meu anjo, adornar; 
Se eu fora um anjinho de rosto formoso 
Contigo quisera no espaço voar; 

Se eu fora um astro no céu engastado 
Meu brilho, quisera p’ra ti só brilhar; 
Se eu fora um favônio de aromas pejado 
Por sobre teu corpo me iria espraiar; 

Se eu fora das selvas um’ave ligeira 
Meus cantos quisera p’ra ti só trinar; 
Se eu fora um eco de nota fagueira 
Fizera teu canto no céu ressoar; 

Mas eu não sou astro, poeta, ou anjinho, 
Nem eco, favônio, nem onda do mar; 
Nem rosa do prado, ou ave ligeira;


MACHADO DE ASSIS 
(In Marmota Fluminense, 14 ago. 1855) 
In Poesia Completa - Dispersas, 1854-1939